Quarenta e dois segundos. Este foi o tempo necessário para o alemão Michael Schumacher mostrar por que ainda é um dos melhores pilotos de todos os tempos, ontem, no Kartódromo Ronaldo Couto Daux, na Praia dos Ingleses, em Florianópolis.
Schumacher largou em quarto lugar na primeira bateria do Desafio Internacional das Estrelas, evento idealizado pelo seu ex-companheiro de Ferrari, Felipe Massa. No final da primeira curva, ele já ocupava a segunda colocação, deixando para trás Nelsinho Piquet e Felipe Massa.
Faltava ultrapassar o paulista Lucas Di Grassi, que nesta temporada terminou como vice-campeão na GP2. E isso aconteceu 42 segundos após a largada. Schumacher emparelhou com Di Grassi no final da reta e assumiu a ponta, deixando todos os seus oponentes, literalmente, na "poeira".
A briga, nesta bateria, ficou restrita à disputa pelos segundo, terceiro, quarto e quinto lugares, com Nelsinho Piquet, Felipe Massa, Lucas Di Grassi e Rubens Barrichello. Na segunda parcial, Schumacher largou em oitavo por causa do grid invertido - definido no regulamento da prova - e não encontrou as mesmas facilidades.
Ainda assim, o heptacampeão mundial de F-1 chegou na sexta posição e, dessa forma, somou pontos suficientes para ficar com o título da terceira edição do Desafio das Estrelas.
Di Grassi ganhou a segunda bateria e garantiu o terceiro lugar na classificação geral. Luciano Burti, piloto da Stock Car, foi o vice-campeão, com um terceiro e um segundo lugares nas duas baterias, respectivamente.
Cercado por repórteres de todas as partes do Brasil e até do exterior, Schumacher esbanjou humildade e simpatia. Segundo ele, a sua maior preocupação em Florianópolis era não ser o último colocado entre os 24 participantes.
- Eu vim aqui por causa dos amigos e me diverti muito dirigindo e vendo meus antigos colegas. Estou aproveitando até agora e certamente vou aproveitar de novo na próxima vez - destacou Schumacher.
O show de técnica ao volante do heptacampeão mundial levou a torcida - cerca de 10 mil pessoas, incluindo convidados - ao delírio. Prova disso é que assim que a prova terminou, o público invadiu a área próxima aos boxes para pegar autógrafos e tirar fotos ao lado do ídolo. No alto do pódio, Schumacher retribuiu o carinho dos fãs, distribuindo beijos e acenos.
- Eu sempre gostei de correr no Brasil porque aqui os fãs apreciam muito o automobilismo. É fantástico - afirmou.
Schumi promete voltar no próximo ano
Diante do convite formalizado pessoalmente por Felipe Massa durante a entrevista coletiva, Schumacher adiantou que, em 2008, pretende voltar a competir no Desafio.
- Eu sabia que seria difícil ganhar novamente (o evento) porque o nível técnico da competição estava altíssimo, ainda maior que no último ano. Mas foi legal. Me senti como em Monza (na Itália), com o público pulando o alambrado para chegar perto dos pilotos - disse Massa.
Já o paulista Luciano Burti não escondeu a satisfação pelo resultado.
- A gente sabia que a molecada iria andar forte e rápido. Ninguém veio aqui para brincar - salientou.
( jean.balbinotti@diario.com.br )
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